As eleições do SindUTE - MG: desastre?

Não há nada de novo em Minas, permaneceremos inertes, sem discussões que redundem em algo concreto para alavancar mudanças na situação dos servidores da educação da rede pública. Para piorar o quadro, não haverá oposição à atual direção sindical.  Não há voz discordante ou dissidente. Há unanimidade- a chapa é única Há muita resistência isolada, muita crítica, muita energia contrária, mas não a ponto de formatar uma chapa de oposição( pelo que vi até agora) . Obviamente, que o grupo "Articulação", trabalhou direitinho para não sofrer oposição e criou mecanismos tão burocráticos (como os do Estado) que esvaziaram qualquer tentativa de oposição. Minas é assim- sem redundância.

Não estranhei em absoluto esta unanimidade, o que está em cima reflete no que está embaixo - O Estado é autoritário, da mesma forma o sindicato. Ele ( o sindicato) não apresentou nada para a categoria nos últimos anos, ao contrário, contribuiu para a destruição das carreiras, mas a categoria se perdeu no meio desta absoluta falta de organização e isto favoreceu a máquina burocrática do sindicato -  E Minas ficou sem voz, portanto, vai permanecer no lamento.

Não estranhei em absoluto esta unanimidade, porque não amadurecemos nossa discussão nem dentro do processo eleitoral para renovação de prefeituras e câmaras, nem fora dele- a  DISCUSSÃO ficou assim- os partidos TODOS são ruins e ponto final.O sindicato é inoperante e ponto final.

O voto nulo ou em branco fez-se mais urgente que uma discussão em série sobre os governos e os governados, sobre a esquerda e a direita, sobre a burguesia e o proletariado. A discussão  era sobre a inutilidade do processo eleitoral (e isto também passa agora na eleição do sindicato) e essas ideia vingou em algumas cidades e outras felizmente resistiram - o norte de Minas, curral eleitoral em muitas eleições fez (10) dez cidades para o PT e Montes Claros avançou na discussão sobre a possibilidade do novo, do diferente, da esquerda.

Gosto desta voz dissonante, gosto da discussão da esquerda e ela cresce no país- PSOL, PC do B e também  PT. E as vozes sempre retumbantes da burguesia encolheram no cenário nacional, mesmo a mídia poderosa, perde algum espaço para estas novas intervenções midiáticas- a nova mídia, que surge para discutir política com o povo-  nos blogs e redes sociais.

Mas Minas resiste a qualquer avanço na discussão da luta de classe, da anteposição da direita e da esquerda. Até o PT aqui é da direita, pelo menos o do sindicato o é. O PT mais acanhado do Brasil mora neste estado- e no rumo que vai tende a piorar  com a ausência ou seria anuência de todos nós, com a perpetuação destes mesmos grupos, sem que possamos fazer frente. 

Quanto a  Montes Claros - já  escolhi meu grupo de resistência, ele tem nome e logo vou apresentar no meu blog e nas escolas que trabalho. Felizmente, teremos disputa em MOC. Escolhi um grupo de perfil político definido, de esquerda, bem diferente do outro, bastante afinado com o grupo Articulação e que já está em  plena campanha (é claro)...

Não ingressei em nenhuma chapa, mas farei parte do grupo de apoio. Acredito sim  na luta, mas  não  posso participar da farsa do grupo majoritário e único da capital: a ARTICULAÇÃO. Quem é contrário a eles costuma sofrer retaliações na base, nas subsedes, conforme já presenciei aqui, nas duas vezes (que tive notícia) da passagem da coordenadora na cidade e que escolheu escolas e não a sede local para as suas aparições burocráticas.  Este grupo não tolera oposição, assim como o governo e o resultado é este: desagregação da categoria e destruição de qualquer forma de oposição. 

Continuo na luta , resistindo a estes grupos ultrapassados e  atrasados de MG e que ainda por cima se intitulam de esquerda. Fala sério PT de Minas!




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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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14:09 29/07/20103